26 de Novembro de 2015, um novo Abril
50 dias depois do ato eleitoral, Abril acontece. O dia de hoje ficará na história portuguesa como o dia do renascimento dos valores de Abril, o dia em que paz, pão, habitação, saúde e educação farão mais sentido que mentira, austeridade, corrupção e bancos.
A maioria dos cidadãos
portugueses sonhava, há demasiado tempo, com esta revolução democrática. No
entanto, as televisões e a imprensa que não representam a maioria destes
cidadãos insistia na protecção da minoria que detinha o poder à custa da
mentira, da propaganda e de incutir o medo com a cobertura de jornalistas e
comentadores do sistema. O que será desta comunicação social se continuarem a
vender apenas para a minoria? Talvez venham a compreender que a história é
global, que Grécia e Portugal contagiarão Espanha na certeza de que a
austeridade não é solução e que existe alternativa.
É desta alternativa que a direita
tem medo. É do fim da austeridade, que alimenta o sistema financeiro e o poder
transversal às economias europeias e mundiais, que a direita em geral, e
Cavaco, Portas, Passos e Cia Lda têm medo. Têm medo que a alternativa funcione.
Têm medo que o povo tenha mais poder de compra e melhor nível de vida. Têm medo
de não conseguirem engordar à conta das parcerias público-privadas. Têm medo de
terem de emigrar para não serem alvo de processos por gestão danosa, corrupção
ou abuso do poder. Têm medo que a verdade venha ao de cima. Têm medo que se
prove que a direita não tinha razão e que a esquerda possibilite melhores
condições de vida a todos.
No entanto… apesar da solução
para a recuperação, progresso, crescimento e desenvolvimento ser tão fácil como
muitos economistas de renome sempre apregoaram, não será fácil convencer as
altas instâncias que comandam os destinos na Europa. Eurogrupo, Troika, FMI,
Banco Mundial e outros trabalham incansavelmente para que a alternativa não
funcione. Ficou provado na Grécia que tudo farão para colocar obstáculos à
recuperação. No entanto, ficou também provado na Islândia que existe
alternativa… e os islandeses decidiram não aderir a esta Europa.
Estes poderes bilderberguianos
preferem as economias dependentes, o fim do Estado Social, a descriminação, a
boa vida para alguns à custa dos restantes, a escravidão, o fortalecimento dos
off shores, casinos e demais apoios às indústrias da droga, das armas e do
tráfico humano e a complicação da vida à classe média com maiores e piores
problemas.
A esquerda progressista sabe o
que quer…
No dia 5 de Outubro de 2014, em
Sintra, no 1.º Congresso do LIVRE, assistida por António Costa, foi aprovada uma moção específica, da qual fui proponente,
que deu algumas indicações para trabalho futuro:
“1) Trabalhar no sentido de acabar com a austeridade que conduz à
recessão e consequente empobrecimento do país.
2) Trabalhar no sentido de implementar medidas estruturais que conduzam
o país à criação de um ciclo de crescimento económico sustentado, assente numa
maior produção e menor dependência face ao exterior. Este crescimento económico
sustentado deverá ter por base uma economia verde nos aspectos ambiental e
social e uma economia azul potenciando a riqueza contida nos oceanos, bem administrada e gerando oportunidades de emprego e de negócio.
3) Trabalhar no sentido da redução do desemprego, da redução da fuga de
jovens qualificados para o estrangeiro e da melhoria da qualidade de vida em
Portugal, proporcionando a todos os residentes bons níveis de empregabilidade,
alicerçando o tecido empresarial e produtivo português na investigação,
criando, inovando e acrescentando valor e qualidade aos produtos e serviços,
garante de boas trocas comerciais pelo justo valor.
4) Trabalhar no sentido de uma justiça mais rápida, da redução da
corrupção, da imputabilidade de responsabilidades relativas à gestão danosa
corrente e de um maior rigor na gestão dos fundos públicos.
5) Trabalhar no sentido da não existência de portugueses de primeira e
portugueses de segunda, da igualdade de género, da máxima de trabalho igual
salário igual e de um efetivo progresso da sociedade portuguesa.
6) Saudar todos membros e apoiantes do LIVRE que todos os dias
trabalham aplicando os princípios do LIVRE, para uma nova esquerda, que se quer
unida pelos ideais progressistas do rigor, transparência, justiça e capaz de
oferecer todos, e a todos, os serviços públicos consagrados na Constituição da
República Portuguesa.”
O futuro é nosso. Criemos uma
sociedade de todos para todos.