Paulo Portas, a sede de poder
Paulo Portas é associado a um político inteligente. Mal vai um país que um político para ser bom, verdadeiro e inteligente, tem Paulo Portas como modelo. Não aceito políticos de “excelência” com o perfil do senhor irrevogável. Paulo Portas não é modelo de político para ninguém.
Paulo Portas possui uma
história de desvios enormes do seu discurso. Quem não se lembra do jovem
jornalista que afirmava, irrevogavelmente “Nunca irei para a política”, que
deixava de ter como amigos, se os mesmos seguissem esse caminho. Paulo Portas afirmou
categoricamente, no programa Raios e Coriscos, ter “nojo do poder” e “nojo a
quem ele pertence”, mas não existe politico activo que se bata mais para
pertencer e ter o poder que Paulo Portas. Dono de contradições que somam outras
contradições. Não reconhece a sua palavra, porque não sabe o que é ter palavra.
Não sabe o que é compromisso,
acordo e palavra dada. No seu caminho para o poder quase derrubou o governo no
qual era Ministro dos Negócios estrangeiros. Em 2013 tomou uma decisão,
irrevogável, que demorou horas para voltar atrás, quando o cargo acenado era maior.
Paulo Portas, como de costume, quebrou a palavra, mais uma vez, em nome da sua
ganancia pelo poder. Não voltou atrás pelos portugueses, nem por o Presidente
da Republica. Voltou por poder.
Pela boca de Paulo Portas, António Costa é usurpador. Paulo
Portas de hoje, esqueceu da traição a Manuel Monteiro, homem que deu o
mediatismo e o trouxe à ribalta politica, a quem não teve pudor de “puxar a
cadeira” a tempo certo. O mesmo Paulo Portas que apoderou-se do PP quando traiu
Ribeiro e Castro, depois de ter abandonado o CDS quando terminou um período de
dois anos como Ministro da Defesa. Ribeiro e Castro assumiu um CDS derrotado
por culpa da ganancia do seu ex líder, quando tudo parecia melhor, Portas
voltou para assumir o seu lugar de “príncipe da direita”, e não hesitou em “puxar a cadeira”, mais uma vez,
a um líder do PP.
Por falar do período em que Paulo Portas foi Ministro da
Defesa, lembra-me muito o período do CDS no Governo de Durão Barroso/Santana
Lopes. Paulo Portas e os submarinos, caso estranho , que morre sem culpados à
luz da Justiça portuguesa. Ou o caso dos Sobreiros, Portucale, assinado por
mais dois militantes do CDS. Submarinos que tiveram um processo de
financiamento de custos insuportáveis ao Estado português. Valores que levaram
o país a um deficit elevado. Processo que foi liderado pela família Espírito
Santo, os tais que hoje Paulo Portas diz já ter estado, mas não ser amigo
pessoal.
Paulo Portas pelo poder esquece os acordos que tem, esquece
os direitos que defende, esquece as pessoas a quem pede o voto, esquece tudo,
mas não esquece uma coisa, o seu sentido apurado pelo poder.
Paulo Portas é um corpo estranho ao que eu acho ser um
deputado da Nação, até mesmo um militante sério. Não me revejo na política, que se faz, com
uma figura que junta perversidade, cinismo, sede de poder e mesquinhez, e seja
um exemplo de líder, governante ou deputado. Paulo Portas é tudo aquilo que um
político tem de mau. Junta um conjunto de processos aos quais teve associado e o
seu passado como jornalista, à sua forma de estar e ganhar o poder.
Com isto tudo, chegamos a uma conclusão, não é isto que
quero como governante numa democracia.
De facto, para Paulo Portas é uma gerigonça, o acordo à
esquerda, porque tem tudo o que Paulo Portas não conhece, palavra dada,
contrato assinado, negociações firmes e não existe sede de poder, nem de
António Costa, nem de Catarina Martins, nem de Jerónimo de Sousa. Isso, para
Portas, é uma gerigonça. A bebedeira de medidas é natural, porque quando Portas
toma o poder, os portugueses apanham apenas com a ressaca, sem ver uma única
medida do PP na gerigonça que foram estes quatro anos de governação.