terça-feira, 1 de março de 2016

O orçamento que os média não desejam




  
    Os orçamentos,  de Estado ou empresas, grandes ou pequenas, são apenas previsões de cenários Macroeconómicos (Estado), ou Micro económicos (empresas), susceptíveis a falhas nos cenários, previsões e revisões nas medidas. Não por inercia ou falha, são motivos alheios às previsões iniciais do orçamento. Nem sempre um orçamento pode ser cumprido com rigor ao milímetro.
  Durante quatro anos, o governo apoiado pelos média nunca cumpriu um orçamento de forma rigorosa. O Governo apoiado por PSD/CDS foi obrigado a rectificar as suas previsões quanto ao crescimento e quanto ao déficit, inúmeras vezes foi assegurado por um conjunto de privatizações que lesaram o Estado e favoreceram os privados. Culpa de uma “emergência” ideológica e financeira do anterior governo. A TAP foi o exemplo. Um negócio vergonhoso, no limite para acordar o déficit final, onde os privados acederam a 61% do capital de uma empresa, de bandeira, em troca de dez milhões de Euros.  
   No entanto as sucessivas rectificações de Gaspar e Albuquerque na receita e na despesa, com contribuição do Tribunal Constitucional (13 normas inconstitucionais em quatro anos, é obra), nunca foi motivo para os comentadores, ditos, de economia, criarem o alarido ensurdecedor como o actual ruído. A ideia de impossibilidade do cumprimento do deficit,e falha no orçamento, está na boca do mau jornalismo, não tendo, sequer, uma noção de quais os cálculos que são necessários para obter previsões económicas, inundam os jornais (principalmente os de maior audiência ) “vomitando” opiniões baseadas em argumentações limitadas, comportando-se como uma espécie de "Magos" da Economia, irritados, que limitam o seu conhecimento matemático em contas de subtrair e somar, já com alguma dificuldade. 
  Actualmente na Europa, só por milagre, algum país consegue cumprir o orçamento com o rigor económico pretendido, sem que pelo meio não exista uma, ou outra, rectificação nas medidas iniciais previstas. É tudo uma questão de contas que nenhum jornalista conseguiria fazer. 
  A situação de estagnação económica vivida na Europa, desemprego gigantesco oriundo de austeridade excessiva, não permitem o cumprimento dos orçamentos de forma semelhante às suas previsões. Impossível de todo. Os factores externos, principalmente dentro da Europa, geraram os desequilíbrios entre as previsões e o cumprimento orçamental escrupuloso.  
  É nas receitas onde as previsões orçamentais falham. Prevêem acima do obtido. No entanto para os economistas/jornalistas/não percebem nada disto, o orçamento português,  que em quatro anos nunca foi rigorosamente cumpridos, com o recorde de rectificativos, este orçamento é impossível de cumprir porque o governo tende em não querer manter a linha anterior, onde as privatizações eram para se manter. Dizem os arautos do jornalismo, como David Diniz (dirige o jornal apoiado por Passos Coelho e é ex assessor de Durão Barroso), que podemos estar perto de uma “bancarrota”, dizem nas cartas da Maya.
 O comportamento parolo do jornalismo de (des) informação é grotesco e imbecil. Os cenários Macroeconómicos afirmados nos espaços de opinião, semanais ou diários, estão fixados em cenários a nível nacional. Sendo que o cenário a nível nacional seja hoje relativo face aos factores externos constantemente instáveis. É dever do jornalista informar, e não tentar enganar, também é de jornalista tentar ser mais coerente com a matemática e as opiniões.
  Este orçamento tem margem para ter sucesso, não na sua totalidade, mas nos factores internos, que provocam urticaria labial aos comentadores. O problema está no peso dos factores externos, que são preocupantes. O Governo pode ter de rever, em algumas das suas previsões iniciais, algumas medidas, não toda a linha económica e financeira. 
  Exemplos de factores desfavoráveis para o cumprimento do orçamento é a instabilidade causada na Europa com a possibilidade da saída do Reino Unido do seu da UE, a situação preocupante do Deutch Bank, e a forma como pode não ser resolvida, o caos em que a Europa está mergulhada, com problemas económicos criados por uma excessiva ideia de austeridade, a crise que pode rebentar na China e a exposição, demasiada, da economia portuguesa aos mercados Angolanos e Chineses. No entanto, pode atenuar com uma maior liquidez financeira das famílias, podendo ajudar a uma alavancagem nas receitas, reflectindo um acentuar da despesa. 
  Estando certo ou errado, o orçamento do actual governo, tem margem de credibilidade e viabilidade quanto os orçamentos do anterior executivo, sendo que este permanece Constitucional.  Se existir revisões em medidas, o tal plano B, não será facto único, o anterior executivo soube fazer isso todos os anos. 
  Assistimos a um corso de “linguarudos” a tentar pressionar o actual executivo para que o anterior possa “renascer da derrota” e assumir o lugar que tanto almejou, o governo.
Esperemos por futuros episódios, enquanto os cães uivam nos telejornais.