segunda-feira, 18 de junho de 2018

90 minutos, 1 ano e 9 anos, 4 meses e 2 dias











Têm sido estes os tempos horários e de calendário que têm dado origem a polémicas nestas últimas semanas e decidi transformá-los em títulos dos diversos capítulos desta minha crónica de hoje deste Blog.

90 minutos

Esse é o tempo horário de um jogo de futebol, o jogo que neste país é objeto de paixões irracionais e que nos últimos tempos nos deu a conhecer mais um líder populista, o Presidente do Sporting Clube de Portugal, estou à vontade para falar deste tiranete porque já o fiz em relação a outros do clube de que sou adepto.

Este senhor achou que poderia interpretar os estatutos do seu clube e a lei em geral à sua maneira e que escaparia impune, as últimas decisões judiciais vieram repor, e bem, a legalidade e pelo o que tenho ouvido de muitos sócios deste clube - que é muito diferente de simples simpatizantes e/ou adeptos - este vai ser corrido no próximo dia 23 em Assembleia Geral a realizar para esse efeito.

Ele ainda não compreendeu três coisas:
- O populismo em demasia acaba por ser irracional a dado ponto;
- Essa irracionalidade afasta de quem o promove, muitos que o apoiavam numa primeira fase;
- Esse isolamento acaba por ser sempre a causa que gera o efeito da queda dos líderes populistas.

Foi assim no passado com líderes políticos e de outros âmbitos, é assim no presente e será assim no futuro.

1 ano

Passou-se ontem um ano sobre a tragédia dos incêndios acontecida na região centro e que provocou um número de vítimas razoável sendo que a maioria era do Concelho de Pedrogão Grande.

Desde então foi criada uma "Associação de vítimas", que ponho em parênteses por algum motivo, esse motivo deve-se ao facto de conhecer alguém que não morando lá, aí tem a sua casa da terra e aí perdeu alguns familiares, referiu-me este meu amigo de longa data que essa associação era a associação dos que procuravam viver à custa da tragédia e acrescentou-me que uma Associação que tem uma centena de associados nem sequer representa um décimo dos familiares das vítimas e moradores sobrevivos locais dessa tragédia e os tem como associados.

A razão deve-se a motivos puramente políticos, pois segundo este desde o início que tanto os familiares como os moradores sobrevivos perceberam o que queria a tal Presidente e quem a rodeava, sendo um meio pequeno e maioritariamente de pessoas moderadas, viram nesta personagem uma extremista de direita com que não se identificavam nem socialmente nem ideologicamente e perceberam claramente que esta e outros que a rodeavam queriam viver à custa desta tragédia.

E deu-me um exemplo claro, na aldeia de Nodeirinho, situada em Pedrogão Grande e onde morreram 11 pessoas, decidiu-se celebrar a vida em contraponto à celebração da morte e ontem foi inaugurado um monumento, em honra às pessoas que se salvaram refugiadas numa fonte, este monumento ideia de João Viola, pintor local e proprietário do terreno onde se ergueu o monumento e que, não é associado dessa tal "Associação de vítimas", foi efectuado graças à ajuda dos vizinhos que uniram esforços para tornar essa ideia realidade, sendo que tudo foi feito por voluntários e com donativos locais.

Essa inauguração contou com a presença do Presidente da República, do Primeiro-ministro e do Presidente da Câmara e de todos os que se que se quiseram associar, e pretendeu celebrar a vida e referiu que isso contrastou com a celebração à morte da tal "Associação de vítimas" que efetuou um evento fechado com convites e convidados VIP's alguns de fora da terra - mas que serviu de trampolim político dessa tal Presidente e de quem a rodeia - referiu ainda que o monumento que esta "Associação de vítimas" está a tentar fazer e para o qual já pedincharam dinheiro ao governo está envolto em polémica pois muitos familiares não querem o nome dos seus entes queridos nesse objeto de propaganda dessa "Associação de vítimas" que não os representa.

Soube-se também que esta "Associação de vítimas" teve a deselegância de não convidar quer o Primeiro-ministro quer o Presidente da Câmara para as tais festividades à morte que ontem efectuou, este meu amigo referiu-me que num Concelho onde o PS teve, nas eleições autárquicas após a tragédia, cerca de 1300 votos e o CDS-PP menos que os 41 votos brancos, ou seja, 21 votos para a Câmara Municipal - único órgão onde conseguiu concorrer pois não tinha número suficiente de locais para concorrer quer para a Assembleia Municipal quer para as Juntas - que tal atitude foi considerada afrontosa, mas que isso demonstra o quanto é que essa tal "Associação de vítimas" os representa.

9 anos 4 meses e 2 dias

Esse é o tempo que a FENPROF, acompanhada por outros sindicatos de professores, bem como uma miríade de várias plataformas sindicais que representam a esmagadora maioria dos funcionários da administração pública diz querer recuperar por ter sido o tempo em que estiveram congeladas as suas carreiras.

Dentro dessa nuance das carreiras, sempre houve algo que me escapou, eu que trabalhei fugazmente para o sector público e quase sempre no sector privado, que é como é que esse absurdo pode existir sem controle e avaliação algum, porque se agora até os militares já têm quotas, e bem, de progressão de patentes, como é que um professor e/ou outro funcionário público qualquer com regime semelhante - é que os à sem esse regime - progride sem controlo até chegar à patente de General sem ter disparado um tiro ou ter tido algum mérito na obtenção desse cargo?

É que eu lembro-me da luta que tiveram com outra Ministra da Educação que os queria avaliar nessa progressão e que não o conseguiu e agora pretendem que os tais 9 anos, 4 meses e 2 dias sejam contados de forma automática sem haver algum critério de mérito e pior de equidade entre esta progressão da carreira e a dos restantes funcionários públicos, é que o governo lembrou e bem que o ritmo automático - depreende-s por isso sem nenhuma avaliação - é para os professores três vezes - quase quatro - mais rápido do que os restantes funcionários públicos.

Lembro-me do silêncio cúmplice deste Mário Nogueira, líder da FENPROF, e doutros nouvelles sindicalistas de ocasião quando no tempo da troika o governo das direitas os ameaçou de despedimento em massa e os calados que estavam então borrados que lhes calhasse tal sorte na rifa.

Talvez seja esse o problema, dialogar-se, será então melhor este governo não o fazer e com um pau, ameaçar de dispensa numa assentada todos os que não cumprirem os seus deveres para com quem lhes paga o ordenado, ou seja, os pais dos alunos, é que greves selvagens são tão absurdas como perseguição da entidade patronal mas quem não cumpre os seus deveres para com quem lhes paga não deve nem tem o direito de exigir seja o que for.

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