terça-feira, 29 de janeiro de 2019

De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas sofrem?
















  E tem a ver com a recente onda de notícias e artigos de opinião da chamada "esquerda" sobre a situação na Venezuela!!!

E retomo...

De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas sofrem?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas não têm o que comer?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas vivem da/na mendicidade?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas não têm um emprego que as sustente?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas não têm os seus negócios?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas são presas por tentar ganhar a vida?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas ficam sem liberdades básicas como a de expressão ou associação?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas vêem uma elite que não passa fome a falar-lhes de agressões imperialistas?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas sabem que essa elite vive do narcotráfico?

De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas sabem que o essa elite "anti-imperialista" lhes tirou o único recurso nacional...entregando-os aos imperialistas russos e chineses...

E é por aqui que começo, antes eram os imperialistas europeus e dos Estados-unidos da América a deterem as refinarias e a explorarem o seu Petróleo, quem vivia nessa Venezuela "idílica" (claro que estou a ser sarcástico) antes de Chavez sabia que se pertencesse aqueles 30% que viviam bem podia chegar ao fim do mês "sem fazer contas" e/ou "ter esquemas" para o conseguir...

Caracas antes de Chavez tinha imensos bairros de lata, favelas que se espalhavam por quilómetros de milhões de pessoas que trabalhando eram escravos pois recebiam migalhas, e era assim por todas as cidades Venezuelanas, até no campo o sistema de trabalho pouco diferia da relação fazendeiro, jagunços e o restante povo que trabalhava para sobreviver e se refilasse era morto...

Chavez foi um golpista de direita nacionalista, foi preso e converteu-se à esquerda com um tique de ideológico de nacionalismo e imperialismo pan-americano ligado a Simão Bolívar, nada que fosse estranho ao caudilhismo desde a esquerda à direita sul-americana que estava cheio dessa alusão a esse libertador.

Chavez chegou e acabou com um sistema democrático em profunda falência, um rotativismo partidário de clientelas compradas nessas favelas e bairros de lata, mas pôs-lhe o cunho de nacionalista pan-americano, de revolucionário e de esquerda socialista.

E vamos lá desmontar o que é a ideologia pan-americana bolivariana, esta não era diferente do imperialismo americano apenas se dizia revolucionária e de esquerda socialista e apoiava por isso os movimentos de guerrilha na Colômbia e grupos desordenados de movimentos (alguns irrelevantes) por toda a América fora, desde o México até à Argentina, esse tipo de não imperialismo era apoiada por outra nação muito democrata e também não imperialista das Antilhas, ou seja, Cuba, o baluarte fetiche de certa esquerda mas que nunca me seduziu desde que constatei que el comandante Che Guevara - o clímax fetichista máximo dessa certa esquerda - era o direto responsável pelo campo de concentração e morte de La Cabaña e que ordenou entre 400 a 700 execuções extrajudiciais (de entre as cerca de 14.000 que ocorreram no período pós tomada de poder da ditadura comunista) e que já agora não o escondia afirmando enquanto discursava numa Assembleia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1964 "Execuções? É claro que executamos!".

E é claro que Chavez fez coisas positivas, pois era impossível não o fazer, este chegou a um país onde 70% da população vivia em exclusão, deste modo começou por nacionalizar a exploração de petróleo (é preciso notar que a refinação do petróleo da Venezuela se faz em grande parte na terra do imperialismo ianque e que se continuará a fazer devido à impureza de que se reveste o petróleo venezuelano) e usar os resultados dessa nacionalização para dar a parte desses 70% de excluídos educação gratuita pós-básica, acesso à Saúde (com recurso ao produto exportador cubano com mais sucesso: médicos escravos e entregues mediante caução aos que os alugam a Cuba) e por fim acesso a um cabaz base de alimentos. Mas acabou com os bairros de lata ou as favelas? Não só não, como fez muito pouco para que isso acontecesse!?!?!

Esse populismo era podemos dizer de certa forma positivo - se bem que eu não ache nenhum populismo positivo - pois alimentava e dava algumas armas a quem era excluído até então.

E alguns desses excluídos ligados agora ao poder formaram com muita da clique militar - até daquela mais antiga e tradicional de direita que se adaptou - a nova elite de poder que é claro se defrontou com a outra elite que começou a fazer o seu jogo de tomar o poder a todo o custo.

O que vimos sempre e a partir daí foi o confronto entre essa nova elite e a outra elite, mas havia um problema, a nova elite precisava de meios financeiros para combater a outra elite, o aparelho do estado era escasso em recursos e sempre teve até Chavez uma influência diminuta na sociedade venezuelana e se excluirmos as forças armadas era insignificante, a outra elite vivia dos negócios alguns legítimos e construídos com muito esforço outros nem por isso e atribuídos por processos pouco claros e com alguns monopólios não naturais, então a nova elite começou a tentar recuperar todos os negócios ilegítimos e a roubar todos os negócios legítimos, o problema é que não os sabiam gerir, e progressivamente estes foram declinando até à falência.

Mas lembram-se do tal imperialismo pan-americano bolivariano, a nova elite militar começou a prestar assistência às guerrilhas colombianas que não eram mais do que cartéis de droga com carimbos de revolucionários e de esquerda socialista, e eram pagos em géneros, ou seja: em droga. Tendo e com "o acordo de paz" (fica em aspas pois o acordo foi uma derrota militar negociada) colombiano ficado com o negócio de tráfico internacional e venda da droga colombiana, aliás as elites militares do regime cubano já o faziam para a América do Norte e Centro, a nova elite militar venezuelana apenas ficou com o resto do mundo, pois o mundo criminoso tem horror ao vazio.

E então e após as falências por incompetência pura de gestão das empresas ora tomadas ora roubadas à restante outra elite, a restante nova elite apoia-se nos negócios da nova elite militar, e dá-se um facto curioso que tem a ver com a tentativa de se manter os negócios falidos que levam a uma falência da economia, virando-se este imperialismo pan-americano bolivariano agora falido para o imperialismo Russo e Chinês que financiam a economia venezuelana monetariamente, sem ninguém que lhe dê então crédito, em troca do controlo da distribuição e venda de petróleo da Venezuela (que nunca deixou de ser refinado no território do imperialismo ianque), ficando assim a Venezuela agora com alguns problemas:

1. Os anteriores dois imperialismos, Europeu e norte-americano transformaram-se em três: o norte-americano (mais diminuído mas existente); o Russo; o Chinês. Como sempre a divisão dos Europeus levou ao seu afastamento e mais uma vez o Reino Unido foi o principal responsável (seria fastidioso estabelecer essa conexão mas apenas vos relembro que o Reino Unido nunca apoiou a França e a Espanha junto aos Estados Unidos da América na sua pretensão de manterem os bancos e as refinarias, negócios legítimos e não monopolistas, que foram roubados em benefício da nova elite) e é por essa razão e por muitas outras semelhantes que os quero ver pelas costas nesta futura UE;

2. A nova elite é quem manda e está completamente dependente do tráfico internacional de droga Colombiana e dos negócios com os imperialistas e completamente dependente monetariamente dos russos e chineses. Foi esta nova elite que colocou lá o Maduro e o mantêm e é esta que irá se opor a qualquer tentativa de tomada de poder seja pela outra elite seja pelo tal povo que Chavez ajudou a dar alguns direitos básicos mas que com a falência económica já não apoia Maduro.

3. Maduro não manteve uma espécie de paz podre, ou seja, alguma ilusão de que a outra elite também poderia aceder a algum tipo de poder, fosse porque - e aconteceu com o sistema judicial - quisesse proteger os negócios criminosos da nova elite, fosse porque reagiu a algumas tentativas de tomada de poder legítimas ou ilegítimas da outra elite, e a ditadura política foi-se impondo de forma progressiva e cada vez mais agressiva e não adianta virem com pieguices que alguém que não cede o poder não é ditador e que eleições o legitimam, porque dezenas de ditadores mantêm-se através de eleições fictícias e fraudulentas e métodos de perseguição e terror sobre quem lhes faz oposição, mesmo moderadamente, é só olhar para o imperialismo Russo do democraticamente eleito e perpetuo presidente/primeiro-ministro/presidente Putin. 

4. O desespero pela outra elite agora completamente depauperada economicamente e do tal povo, que Chavez ajudou a dar alguns direitos básicos mas que com a falência económica já não o apoia, está no limite e pessoas desesperadas tomam medidas desesperadas.

5. O grupo de Lima a nova némesis da esquerda anti-imperialista mundial é um conjunto de países maioritariamente composto por países que andam fartos de receber os três - quase quatro - milhões de cidadãos refugiados venezuelanos que atravessando as fronteiras lhes causam enormes problemas económicos e sociais. E este grupo existe há algum tempo - Agosto de 2017 - e sim tem imperialistas americanos e anti-imperialistas e só isso deveria fazer pensar essa tal esquerda anti-imperialista mundial Mas não, é mais fácil ser demagogo!!!.

Para onde vai evoluir a situação deste país e do seu povo?

Qual será o imperialismo que ganhará?

Será que já não estão a perder todos, até estes imperialistas?

E acabo como comecei: de que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas sofrem?

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