De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas sofrem?
E tem a ver com a recente onda de notícias e artigos de opinião da chamada "esquerda" sobre a situação na Venezuela!!!
E retomo...
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas sofrem?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas não têm o que comer?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas vivem da/na mendicidade?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas não têm um emprego que as sustente?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas não têm os seus negócios?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas são presas por tentar ganhar a vida?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas ficam sem liberdades básicas como a de expressão ou associação?
De
que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas vêem uma elite que
não passa fome a falar-lhes de agressões imperialistas?
De que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas sabem que essa elite vive do narcotráfico?
De
que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas sabem que o essa
elite "anti-imperialista" lhes tirou o único recurso
nacional...entregando-os aos imperialistas russos e chineses...
E
é por aqui que começo, antes eram os imperialistas europeus e dos
Estados-unidos da América a deterem as refinarias e a explorarem o seu
Petróleo, quem vivia nessa Venezuela "idílica" (claro que estou a ser
sarcástico) antes de Chavez sabia que se pertencesse aqueles 30% que
viviam bem podia chegar ao fim do mês "sem fazer contas" e/ou "ter
esquemas" para o conseguir...
Caracas antes de
Chavez tinha imensos bairros de lata, favelas que se espalhavam por
quilómetros de milhões de pessoas que trabalhando eram escravos pois
recebiam migalhas, e era assim por todas as cidades Venezuelanas, até
no campo o sistema de trabalho pouco diferia da relação fazendeiro,
jagunços e o restante povo que trabalhava para sobreviver e se refilasse
era morto...
Chavez foi um golpista de direita
nacionalista, foi preso e converteu-se à esquerda com um tique de
ideológico de nacionalismo e imperialismo pan-americano ligado a Simão
Bolívar, nada que fosse estranho ao caudilhismo desde a esquerda à
direita sul-americana que estava cheio dessa alusão a esse libertador.
Chavez chegou e acabou com um
sistema democrático em profunda falência, um rotativismo partidário de
clientelas compradas nessas favelas e bairros de lata, mas pôs-lhe o
cunho de nacionalista pan-americano, de revolucionário e de esquerda
socialista.
E vamos lá desmontar o que é a
ideologia pan-americana bolivariana, esta não era diferente do
imperialismo americano apenas se dizia revolucionária e de
esquerda socialista e apoiava por isso os movimentos de guerrilha na
Colômbia e grupos desordenados de movimentos (alguns irrelevantes) por
toda a América fora, desde o México até à Argentina, esse tipo de não
imperialismo era apoiada por outra nação muito democrata e também não
imperialista das Antilhas, ou seja, Cuba, o baluarte fetiche de certa
esquerda mas que nunca me seduziu desde que constatei que el
comandante Che Guevara - o clímax fetichista máximo dessa certa
esquerda - era o direto responsável pelo campo de concentração e morte
de La
Cabaña e que ordenou entre 400 a 700 execuções extrajudiciais (de entre
as cerca de 14.000 que ocorreram no período pós tomada de poder da
ditadura comunista) e que já agora não o escondia afirmando enquanto discursava numa Assembleia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1964 "Execuções? É claro que executamos!".
E
é claro que Chavez fez coisas positivas, pois era impossível não o
fazer, este chegou a um país onde 70% da população vivia em
exclusão, deste modo começou por nacionalizar a exploração de petróleo (é preciso
notar que a refinação do petróleo da Venezuela se faz em grande parte na
terra do imperialismo ianque e que se continuará a fazer devido à
impureza de que se reveste o petróleo venezuelano) e usar os resultados dessa nacionalização
para dar a parte desses 70% de excluídos educação gratuita pós-básica,
acesso à Saúde (com recurso ao produto exportador cubano com mais
sucesso: médicos escravos e entregues mediante caução aos que os alugam a Cuba) e por fim acesso a um cabaz base de alimentos. Mas
acabou com os bairros de lata ou as favelas? Não só não, como fez muito
pouco para que isso acontecesse!?!?!
Esse
populismo era podemos dizer de certa forma positivo - se bem que eu
não ache nenhum populismo positivo - pois alimentava e dava algumas
armas a quem era excluído até então.
E
alguns desses excluídos ligados agora ao poder formaram com muita da
clique militar - até daquela mais antiga e tradicional de direita que se
adaptou - a nova elite de poder que é claro se defrontou com a outra
elite que começou a fazer o seu jogo de tomar o poder a todo o
custo.
O
que vimos sempre e a partir daí foi o confronto entre essa nova elite
e a outra elite, mas havia um problema, a nova elite precisava de
meios financeiros para combater a outra elite, o aparelho do estado
era escasso em recursos e sempre teve até Chavez uma influência diminuta
na sociedade venezuelana e se excluirmos as forças armadas era insignificante, a
outra elite vivia dos negócios alguns legítimos e construídos com muito
esforço outros nem por isso e atribuídos por processos pouco claros e
com alguns monopólios não naturais, então a nova elite começou a
tentar recuperar todos os negócios ilegítimos e a roubar todos os
negócios legítimos, o problema é que não os sabiam gerir, e
progressivamente estes foram declinando até à falência.
Mas
lembram-se do tal imperialismo pan-americano bolivariano, a nova
elite militar começou a prestar assistência às guerrilhas colombianas
que não eram mais do que cartéis de droga com carimbos de revolucionários e de esquerda socialista, e eram pagos em
géneros, ou seja: em droga. Tendo e com "o acordo de paz" (fica em
aspas pois o acordo foi uma derrota militar negociada) colombiano ficado
com o negócio de tráfico internacional e venda da droga
colombiana, aliás as elites militares do regime cubano já o faziam para
a América do Norte e Centro, a nova elite militar venezuelana apenas
ficou com o resto do mundo, pois o mundo criminoso tem horror ao
vazio.
E
então e após as falências por incompetência pura de gestão das empresas
ora tomadas ora roubadas à restante outra elite, a restante nova
elite apoia-se nos negócios da nova elite militar, e dá-se um facto
curioso que tem a ver com a tentativa de se manter os negócios falidos
que levam a uma falência da economia, virando-se este imperialismo
pan-americano bolivariano agora falido para o imperialismo Russo e Chinês que financiam a
economia venezuelana monetariamente, sem ninguém que lhe dê então
crédito, em troca do controlo da distribuição e venda de petróleo da
Venezuela (que nunca deixou de ser refinado no território do
imperialismo ianque), ficando assim a Venezuela agora com alguns
problemas:
1.
Os anteriores dois imperialismos, Europeu e norte-americano
transformaram-se em três: o norte-americano (mais diminuído mas
existente); o Russo; o Chinês. Como sempre a divisão dos Europeus
levou ao seu afastamento e mais uma vez o Reino Unido foi o principal
responsável (seria fastidioso estabelecer essa conexão mas apenas vos
relembro que o Reino Unido nunca apoiou a França e a Espanha junto aos
Estados Unidos da América na sua pretensão de manterem os bancos e as
refinarias, negócios legítimos e não monopolistas, que foram roubados em
benefício da nova elite) e é por essa razão e por muitas outras
semelhantes que os quero ver pelas costas nesta futura UE;
2.
A nova elite é quem manda e está completamente dependente do tráfico
internacional de droga Colombiana e dos negócios com os imperialistas e completamente dependente monetariamente dos russos e chineses. Foi esta nova elite que colocou lá o Maduro e o mantêm e é
esta que irá se opor a qualquer tentativa de tomada de poder seja pela outra elite seja pelo tal povo que Chavez ajudou a dar alguns direitos
básicos mas que com a falência económica já não apoia Maduro.
3.
Maduro não manteve uma espécie de paz podre, ou seja, alguma ilusão
de que a outra elite também poderia aceder a algum tipo de
poder, fosse porque - e aconteceu com o sistema judicial - quisesse
proteger os negócios criminosos da nova elite, fosse porque reagiu a
algumas tentativas de tomada de poder legítimas ou ilegítimas da outra
elite, e a ditadura política foi-se impondo de forma progressiva e cada vez
mais agressiva e não adianta virem com pieguices que alguém que não cede
o poder não é ditador e que eleições o legitimam, porque dezenas de
ditadores mantêm-se através de eleições fictícias e fraudulentas e métodos de perseguição e terror sobre quem lhes faz oposição, mesmo moderadamente, é só olhar para o
imperialismo Russo do democraticamente eleito e perpetuo presidente/primeiro-ministro/presidente Putin.
4.
O desespero pela outra elite agora completamente depauperada
economicamente e do tal povo, que Chavez ajudou a dar alguns direitos
básicos mas que com a falência económica já não o apoia, está no
limite e pessoas desesperadas tomam medidas desesperadas.
5.
O grupo de Lima a nova némesis da esquerda anti-imperialista
mundial é um conjunto de países maioritariamente composto por países que
andam fartos de receber os três - quase quatro - milhões de cidadãos refugiados
venezuelanos que atravessando as fronteiras lhes causam enormes
problemas económicos e sociais. E este grupo existe há algum
tempo - Agosto de 2017 - e sim tem imperialistas americanos e
anti-imperialistas e só isso deveria fazer pensar essa tal esquerda
anti-imperialista mundial Mas não, é mais fácil ser demagogo!!!.
Para onde vai evoluir a situação deste país e do seu povo?
Qual será o imperialismo que ganhará?
Será que já não estão a perder todos, até estes imperialistas?
E acabo como comecei: de que serve a aversão ao imperialismo...se as pessoas sofrem?
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