quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Velório Improvisado








   

  


 Ironia do destino, esta sexta-feira está marcada a tomada de posse do novo governo, desta vez com um cheiro a velório, onde só é permitido a entrada de coroas e palmas com Calêndulas laranjas, Hortênsia azuis, ficando de parte os cravos vermelhos e as rosas. As várias altas entidades do Estado, os novos e os responsáveis governamentais cessantes, assim como os familiares dos primeiros vão começar a chegar cabisbaixos, pálidos demonstrando a aparência de várias noites mal dormidas. Nos corredores, os mesmos comentários de sempre entre lamurias, um presidente que devorou um País da mesma forma que devorava um bolo-rei, um início com o brinde em forma de coelho que se veio a tornar numa fava no final.
   Todo o caminho da coligação, nas últimas legislativas, tem decerto um significado para o qual não temos explicação, que vai ao propósito da música escolhida, que se aparenta a uma marcha fúnebre até a designação do nome "PAF". Por momentos vem-me à ideia, em modo de curta-metragem, um grupo de gente imatura e irresponsável que corre a toda a velocidade contra um TGV, de onde se ecoa a palavra "PAF", que significa fim, desintegração. Mais caricato é o maquinista ser um tal de Sr. Costa, que não tinha a forma de evitar o acidente, testemunhado por um grupo de operários metalúrgicos e camponesas que se faziam seguir no comboio. Um texto tão dramático, como a formação deste governo.