domingo, 13 de dezembro de 2015

Tem calma Bernardo Ferrão, calma...




   












  Ao ler um texto de Bernardo Ferrão no Expresso, cheguei a uma conclusão imediata, " ele está nervoso", de certa forma, incomodado com toda esta situação politica que o país vive. Bernardo Ferrão não está bem, não é para menos, tanto se esforçou para que o PS fosse o derrotado no dia 4 de Outubro, tanto sorriu quando esse fenómeno aconteceu, que sentiu-se traído pela democracia, e agora é obrigado a ver o PS no governo. Bernardo sente que o seu trabalho foi todo por agua abaixo, que em nada serviu atacar o PS. Não é justo para o Ferrão, não é justo para o Expresso.
   Bernardo Ferrão correu atrás do prejuízo das sondagens quando elas ainda favoreciam o PS. Ele mostrou o quão importante era a interferência da imprensa nas eleições para uma vitória à coligação de direita. Ás suas notícias bastava dar um pequeno toque da sua tendência e visão politica. Às suas analises politicas era simples, bastava atacar o PS e favorecer a Coligação, era meio trabalho feito. O esforço de Bernardo Ferrão foi mais longe, chegou mesmo a quebrar o seu sentido ideológico, e atreveu-se patrocinar o Bloco de Esquerda com excelentes noticias. Bernardo queria que o eleitorado de esquerda do PS fugisse para o Bloco.
   No dia 5 de Outubro, Bernardo Ferrão sentiu-se bem pela manhã, a alegria das suas conquistas através da má prática do jornalismo foram concretizadas. Bernardo Ferrão conseguiu, em conjunto com muitos dos seus camaradas de profissão, aquilo que era impensável, levar a Coligação à vitória. 
  Tal como uma refeição, às vezes são tão boas que azedam no fim, as boas noticias também não perduram. Bernardo Ferrão sentiu a forte azia quando Cavaco, torcido e mal humorado, decidiu dar ao PS o governo, suportado por uma maioria parlamentar de esquerda. Foi um amargo de boca para o Bernardo Ferrão. Ele não queria, ele tanto fez e tanto trabalhou para que isso não acontecesse, e eis que Ferrão… deprimiu.
   Enquanto o Governo Socialista estiver no poder, Bernardo Ferrão vai celebrando os momentos em que a direita se comporta com a "infantilidade" que nos tem habituado após a sua queda. Mais não se pode pedir, afinal Bernardo Ferrão sente a ressabia e o fedor a derrota, que tanto trabalho deu para evitar. Hoje, os seus títulos das crónicas no Expresso, ou as noticias que assina, têm ainda um forte cheiro de desgosto e agressividade. 
   Certo é que Bernardo Ferrão ficou perdido no seu mundo, agora só resta atacar o Partido Socialista, sempre que houver oportunidade, dar às noticias um ar de "eu avisei", e azedar a coligação à esquerda fazendo-se passar por … jornalista. Eis o futuro do Expresso, eis Bernardo Ferrão.