O fim da União Europeia?
Nos
últimos anos a União Europeia tem andado por caminhos que muito dificilmente a
salvarão da extinção. Austeridade, recessão, descriminação, quebra do poder de
compra, desemprego, casas de família penhoradas, salvação de bancos,
empobrecimento do povo, desrespeito pelos direitos humanos, maior dependência
externa e tudo o mais que a Troika, mesmo sem autoridade legal, tem conseguido
acabarão por tornar impossível a manutenção dentro desta (des)união europeia.
A
Grécia tentou quebrar o ciclo vicioso e em vez de ajudada acabou mais
dependente, recessiva e pobre. Sem crescimento é impossível cumprir
compromissos. Com a austeridade receitada pela Troika é impossível haver
crescimento sustentado, sendo que o único fruto é a maior dependência externa,
não resolvendo os problemas da dívida, do desemprego ou da recessão. Quantos
mais resgates deseja a Troika? Assim, a Grécia foi castigada e o tiro saiu
pela culatra uma vez que com menos dinheiro, as prioridades deixaram de ser,
por exemplo, o controlo das fronteiras, contribuindo para um maior
descontentamento dos cidadãos europeus, fruto da mensagem passada pela
comunicação social ao serviço do poder corporativo europeu, com o incessante
êxodo de refugiados, também ele fruto dos poderes corporativos mundiais.
Em
Portugal, a mesma receita da Troika, o mesmo estrago. Será que a Comissão
europeia é incompetente… ou atua dolosamente? Deseja maior dependência externa,
extinção da classe média, redução do consumo, a emigração em massa de jovens
qualificados, a exploração da classe trabalhadora de menores recursos e o
desaparecimento da nossa autonomia? Agora que a esperança renasce, agora que os
estragos da Troika começam a ser minimizados, agora que parece existir
alternativa, teremos de aceitar a vinda dos mesmos incompetentes que colocaram,
com a ajuda da nossa “direita” no poder, o nosso país numa situação pior que aquela
em que estávamos. Aumentaram a dívida, reduziram a população portuguesa
tornando-a ainda uma das mais envelhecidas e com menor taxa de natalidade do
mundo, aumentaram o desemprego, insistiram na austeridade, aumentaram as
desigualdades, aumentaram as falências e os penhores, retiraram o acesso aos
cuidados de saúde das classes mais desfavorecidas, quase que substituíram a
escola pública pela privada e desviaram o dinheiro das pessoas para os bancos.
Grande obra! Teremos de colocar em questão a nossa continuidade na União
europeia? Teremos de levantar novamente barreiras alfandegárias aos produtos
estrangeiros importados?
Mas…
a Europa não aprende… vemos países “evoluídos” a assaltarem refugiados que
fogem da guerra, vemos governantes que nada aprenderam com a 2.ª grande guerra,
vemos incompetentes, ou sádicos, que ainda acreditam nas receitas da Troika,
vemos que as “saídas limpas” são apenas fruto da nossa imaginação, vemos que a
mentira tem sido a arma de assalto ao poder, vemos que a comunicação social de
maior audiência é o antro da divulgação dos interesses corporativos, vemos que
a Troika, o FMI ou a Comissão europeia se pode “enganar” nas contas… e vemos
que… têm dúvidas nas contas das efectivas alternativas. Alguém, de bom senso,
pode acreditar nestas gentes?
Esta
gentalha não viu o que aconteceu na Grécia. Esta gentalha não vê o que acontece
em Portugal. Esta gentalha não percebe que o mesmo poderá acontecer em Espanha.
Esta gentalha não vê que já não respeita as constituições e os tratados,
nacionais, europeus e mundiais, em matéria de direitos humanos. Esta gentalha
não percebe que está a destruir a União europeia. Haja alguém que veja por ela…