Maximização do lucro, o grande inimigo do progresso
Nos anos 60 e 70, duas nações colocaram homens na lua… Nos anos oitenta um automóvel, um fogão, um frigorífico, uma televisão ou uma máquina de lavar roupa ou loiça, novos, duravam muito facilmente duas décadas. Falava-se nesses anos, de franco progresso, que brevemente existiriam baterias que se carregariam continuamente, lâmpadas que nunca se fundiriam e carros movidos a ar ou a água.
O mundo de hoje terá progredido?
Francamente… julgo que não! Apesar de verificarmos que hoje comunicamos sem
fios, que a informatização presente na nossa sociedade subiu a patamares apenas
sonhados e que as máquinas são cada vez mais multifuncionais verificamos que…
se criou a necessidade de consumir cada vez mais e rejeitar… o praticamente
novo. Além disso, actualmente, lâmpadas e baterias, apesar de presumivelmente
melhores continuam com durabilidades baixas e as máquinas muito raramente duram
mais de meia dúzia de anos, o que não acrescenta qualquer progresso ao século
passado. Os recursos são finitos e mesmo a reciclagem já
não reduz de forma satisfatória a criação de lixo que é exponencial aumentando
consideravelmente as áreas de concentração deste. Às vezes dou por mim a pensar
que as máquinas têm um chip que provoca a sua avaria no dia seguinte ao final
da garantia. O desgaste ambiental desta nossa sociedade de consumo é demasiado
alto. Será que o mundo progrediu mesmo? Não estaremos a levar rapidamente a
nossa civilização para o abismo? Haverá retorno?
Os governos, o poder financeiro e
a maximização do lucro nunca foram tão nefastos para a sobrevivência do nosso
planeta. Chegámos a níveis de poluição e de aquecimento global incomportáveis e
o aparecimento de fenómenos atmosféricos graves são cada vez mais frequentes. As
colheitas anuais apesar de já serem universalmente mal distribuídas cada vez
chegarão menos para abastecer as necessidades da população terrestre. Por este
caminho, o mundo que conhecemos estará condenado em poucas gerações. No
entanto, a comunicação social, que deveria ter um papel disciplinador e de
difusão de valores, é parte integrante desse poder financeiro, protegendo-o,
influenciando os cidadãos e alimentando guerras, poluição, ódios, pobreza,
desigualdade e descriminação, enganando aqueles que dificilmente tem acesso a
mais instrução ou aqueles que já perderam a necessidade dela porque assim o
poder deseja e tudo fez para que assim fosse.
Se quisermos preservar o futuro
dos nossos filhos, já deveríamos ter conseguido levar a mensagem a todos de que
o “lucro monetário” deve rapidamente dar lugar a valores sociais em que a
felicidade e o bem-estar de todos, incluindo o meio ambiente que os rodeia,
seja o principal objectivo de todos.