sábado, 20 de fevereiro de 2016

Maximização do lucro, o grande inimigo do progresso













 Nos anos 60 e 70, duas nações colocaram homens na lua… Nos anos oitenta um automóvel, um fogão, um frigorífico, uma televisão ou uma máquina de lavar roupa ou loiça, novos, duravam muito facilmente duas décadas. Falava-se nesses anos, de franco progresso, que brevemente existiriam baterias que se carregariam continuamente, lâmpadas que nunca se fundiriam e carros movidos a ar ou a água.
   O mundo de hoje terá progredido? Francamente… julgo que não! Apesar de verificarmos que hoje comunicamos sem fios, que a informatização presente na nossa sociedade subiu a patamares apenas sonhados e que as máquinas são cada vez mais multifuncionais verificamos que… se criou a necessidade de consumir cada vez mais e rejeitar… o praticamente novo. Além disso, actualmente, lâmpadas e baterias, apesar de presumivelmente melhores continuam com durabilidades baixas e as máquinas muito raramente duram mais de meia dúzia de anos, o que não acrescenta qualquer progresso ao século passado. Os recursos são finitos e mesmo a reciclagem já não reduz de forma satisfatória a criação de lixo que é exponencial aumentando consideravelmente as áreas de concentração deste. Às vezes dou por mim a pensar que as máquinas têm um chip que provoca a sua avaria no dia seguinte ao final da garantia. O desgaste ambiental desta nossa sociedade de consumo é demasiado alto. Será que o mundo progrediu mesmo? Não estaremos a levar rapidamente a nossa civilização para o abismo? Haverá retorno?
  Os governos, o poder financeiro e a maximização do lucro nunca foram tão nefastos para a sobrevivência do nosso planeta. Chegámos a níveis de poluição e de aquecimento global incomportáveis e o aparecimento de fenómenos atmosféricos graves são cada vez mais frequentes. As colheitas anuais apesar de já serem universalmente mal distribuídas cada vez chegarão menos para abastecer as necessidades da população terrestre. Por este caminho, o mundo que conhecemos estará condenado em poucas gerações. No entanto, a comunicação social, que deveria ter um papel disciplinador e de difusão de valores, é parte integrante desse poder financeiro, protegendo-o, influenciando os cidadãos e alimentando guerras, poluição, ódios, pobreza, desigualdade e descriminação, enganando aqueles que dificilmente tem acesso a mais instrução ou aqueles que já perderam a necessidade dela porque assim o poder deseja e tudo fez para que assim fosse.

  Se quisermos preservar o futuro dos nossos filhos, já deveríamos ter conseguido levar a mensagem a todos de que o “lucro monetário” deve rapidamente dar lugar a valores sociais em que a felicidade e o bem-estar de todos, incluindo o meio ambiente que os rodeia, seja o principal objectivo de todos.