terça-feira, 19 de março de 2019

Prefácio do Bloco













 Antes de escrever a minha opinião quero fazer uma pequena chamada de atenção. Depois desta opinião vão começar as criticas, as ofensas a juntar a todas as características pessoais adotadas por quem não vai concordar com a mesma. Faz parte, mas a liberdade tem destas coisas. 



    Recentemente num jornal local da minha freguesia, o Jornal de Camarate, publicou um texto no espaço "Voz do leitor" lançavas suspeições sobre práticas do Bloco em esquemas com os membros da Assembleia Municipal. Bem certo que o texto apenas visava atirar lama para cima da mesa sem qualquer prova que sustentasse a teoria. Quem o escreveu tinha a noção que trazer valores monetários para a ribalta facilmente despoletava a critica de quem do outro lado já se alimenta com facilidade dos populismos. Eu sobre o valores disse muito pouco, apesar de querer saber se tais práticas estão ou não passiveis de serem provadas, não levei em consideração. Por o ângulo dos ganhos monetários, teremos que ir um pouco mais a fundo para saber se estamos, ou não, a entrar no eleitoralismo primário. 

   O que me despertou a atenção foi o facto de existir uma "rotatividade" dos membros, que segundo os militantes, é a "demonstração da democracia". Logo a seguir à publicação do texto, o Bloco fez o que competia, e muito bem, publicou um comunicado a esclarecer o assunto e a por os pontos nos "is" sobre aquilo que considerou uma campanha difamatória a seu respeito. Mais que normal uma força política fazer um comunicado que arrebata toda e qualquer suspeita que recaia sobre práticas cujo enquadramento não seja o mais correto. 

   Quando tudo parecia esclarecido um dos dirigentes locais do Bloco reacende a polémica ao fazer um comentário disparando em todas as direções, incluindo acusações feitas a quem está à frente do Jornal, dirigindo lamentáveis expressões que pouco dignificam a direção do Bloco, e representam o que pior à na política, a tentativa de limitar a opinião de terceiros através do insulto. Uma reação que de democrática tem muito pouco, e promove mais a desconfiança do que propriamente isola a situação. Eu próprio, por ter dirigido um comentário de discordância à rotação, fui acusado de me expressar baseado no ódio, sugerido que poderia ter sido autor, ou co-autor do texto, de não aceitar a democracia, e de me mover por convicções contra o próprio Bloco. 

   Todas as acusações e insinuações surgem pelo simples facto de eu ser totalmente contra uma rotatividade de membros, e por achar que a substituição de membros nos cargos eleitos deve ser feita mediante situações pontuais, em que o principal eleito esteja impossibilitado de estar presente, e faça-se substituir por outro membro ligado ao partido, que faça parte da lista, e que seja o membro seguinte com disponibilidade. O caso do Bloco é a alteração de membros sem que qualquer situação pontual seja indicada para tal. A esse ponto, os militantes do Bloco apelidam a rotatividade de "demonstração de democracia", o que eu entendo ser completamente o contrário. A demonstração da democracia deve ser feita com a presença de quem teve a legitimidade democrática para o fazer, e não pelos restantes membros da lista que representam o partido, mas não foram eleitos. Esta será uma normal opinião de quem olha para a prática da "rotatividade" não como uma "demonstração de democracia", mas como levar membros da lista não eleitos a plenários. 

  Entendo que apesar da lei permitir algumas práticas, deve ponderar o bom senso. Da mesma maneira que na minha opinião acho que o facto do atual Presidente da Assembleia Municipal, Ricardo Leão, ocupar três cargos políticos, mesmo que seja legal, é imoral e não corresponde à ética política, considerando mais gravoso essa posição do que a rotatividade do Bloco com os membros da Assembleia. Mas tudo tem a sua leitura, e cada um manifesta a opinião que entender ser a mais correta, ou como muitos que comentam,  mesmo contrariados, defendem a "sua dama" pela cor do seu partido, mesmo que seja totalmente contrária à sua opinião pessoal ou ao seu gosto. Que seja uma opinião onde está patente a hipocrisia. Mas são opiniões e devemos respeitar, defendendo sempre o nosso ponto de vista com argumentos sólidos que nos permitem debater, e não com praticas de egocentrismo em que os argumentos baseiam-se na critica da visão contrária e na aplicação de características de carácter pessoal que não adiantam em nada o debate, só demonstra um bloqueio de ideias. 

   É por esse motivo que a minha critica surge. Nem tanto pelas práticas do Bloco com os membros da Assembleia Municipal, muito menos dando credibilidade aos números apresentados, mas pela forma com que se abordou após o comunicado. Uma mostra de intolerância, um grau de ofensa, uma ego-opinião, e uma tentativa dramática, na ausência de argumentos, de puxar os galões a definições pessoais, ao ataque aos outros grupos da Assembleia, ao desculpar com as possíveis práticas do executivo Municipal ligadas ao genro de Jerónimo de Sousa, mas nunca fazendo uma defesa padronizada sem teorias da conspiração dignas de um filme de Alfred Hitchcock. Assistimos a essa prática corrente, sempre que o Bloco está em causa. Uma espécie de "trolagem" à moda do Podemos, regimentando argumentos dignos de debates sobre futebol, sem filtrar que as práticas podem sempre ser questionáveis sem que a pessoa se mova por preconceitos partidários. A mostra que nestas situações alguns militantes partidários se escondem atrás do anonimato, quer para apresentar supostos casos de indignação política, quer para combater a critica partidária baseada no fundamentalismo desportivo do "meu é melhor que o teu". 

   A democracia é um espaço onde a liberdade de opinião, desde que seja fundamentada, deve ser respeitada. A critica deve ser sempre recebida, dentro do respeito devido, e sempre que for contrária ao que queremos, quer por convicção ou por hipocrisia, deve ser debatida dentro do respeito mutuo. Tecer comentários impróprios, gerar indignação a terceiros ou pura e simplesmente não aceitar e trazer a ofensa para cima da mesa, só demonstra que as pessoas que enchem a boca para falar de democracia, nas redes sociais limitam a opinião de terceiros com o desgaste pessoal no debate. 

   Quanto ao BE de Loures, quem não deve não teme. Depois do comunicado bastava ignorar o texto ou publicar um texto de opinião pessoal sem que para isso tivessem que chegar ao ponto da ofensa gratuita e de definições pessoais que jorram o lamentável.

O meu nome é Jorge Pires, e tenho a certeza que não me movo partidáriamente por ódios, quer pessoais quer institucionais.  

0 comentários:

Enviar um comentário