terça-feira, 23 de janeiro de 2018

#NãoAdoptoEsteSilêncio










   O que está na base deste movimento e do absurdo com que se reveste?

   Resumindo o que se sabe:

   1. A rede de televisão privada TVI emitiu uma série informativa de jornalismo de investigação O Segredo dos Deuses (veja AQUI todas as reportagens) denunciando vários casos de adoções ilegais e de tráfico ilegal de crianças por parte da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que usou um lar ilegal, que serviu de base para adoções ilegais de crianças por parte dos bispos da IURD, entre os quais estão os netos do Bispo Edir Macedo, líder de facto desta Igreja Evangélica;

   2. O que se apurou é que as crianças foram literalmente "roubadas às famílias" com base em mentiras, falsificações de documentos, omissões deliberadas do interesse das mães nas crianças que eram escolhidas por catálogo fotográfico, o que é ilegal, com base em relatórios falsos de técnicas da Segurança Social e o respaldo e cumplicidade da máquina judicial, viajando para outros países em jato  privado, às escondidas;

   3. A maioria dos casos tem mais de 20 anos e só agora as mães das crianças perceberam o que lhes aconteceu, e que filhos desapareceram e ninguém as ajudou e que há época, ninguém as quis ouvir;

   4. Os casos denunciados deram origem à abertura de um processo no Ministério Público, mas os responsáveis das entidades públicas então envolvidas nestas adoções ilegais, ou seja, a Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, bem como a esmagadora generalidade das atuais das instituições, que estavam então envolvidas remeteram-se ao silêncio sobre os factos apresentados.

   É claro que esse silêncio tem um rosto e um nome: Joana Marques Vidal

  A atual Procuradora Geral da República (PGR) era há data dos factos, Coordenadora do Ministério Público no Tribunal de Menores de Lisboa e tutelava todos os processos de adoção ilegal que ocorreram. E não pode alegar que nada sabia, pois os factos recentemente trazidos a público contestam essa afirmação, pois duas responsáveis da Santa Casa, após receberem uma denúncia anónima lhe comunicaram em reunião, cinco anos antes dos casos mais mediáticos ocorrerem que isso poderia acontecer, nessa reunião foi pedido pela a atual PGR que estas técnicas silenciassem publicamente estas denuncias/suspeitas!?!?! Silêncio esse que, agora se sabe, contribuiu para que o caso fosse abafado durante cerca de duas décadas.

   O atual poder político ao arrepio do que se pode pensar até reagiu, pois a comunicação de substituição/não renovação do mandato desta PGR, pela a atual Ministra da Justiça, posição em que foi secundada pelo atual Primeiro-ministro, demonstra o que o poder político apenas pode fazer contra a atual PGR. De resto o anuncio da sua não renovação/substituição é efetuada de modo a punir de forma exemplar a sua incompetência, seja neste ou noutros casos.

   A defesa do PPD/PSD e do CDS-PP na manutenção da atual PGR, também demonstra qual a posição que tomaram, ou seja, de apoio ou a esta incompetência ou há desresponsabilização pura e simples da incúria ou cumplicidade ativa por parte da atual PGR.

   A nossa justiça está há muito tempo "podre", começou torta após o 25 de Abril, onde ficaram os últimos redutos do fascismo salazarento e com o tempo a corrupção, o nepotismo e a impunidade tomaram-se a norma em certos círculos ligados a este sistema, que se auto-denomina de poder. Na realidade o poder judicial não existe de per si mas é controlado (ou deveria sê-lo em teoria e como está consagrado constitucionalmente) pelos outros poderes, sendo o poder (esse legitimo) legislativo, ou seja, a Assembleia da República, o seu limitador/controlador.

   O problema é que Joana Marques Vidal não chega onde chega por mérito, mas por ser de uma família/círculo ligado à justiça há gerações e de continuar, esta tal como outras, o sistema de nepotismo que estes usavam e que os defendia. O nepotismo, que a levou a chegar onde chegou, é comum dentro do nosso sistema judicial, sendo as exceções, trucidadas por estas famílias/círculos que durante os últimos cem anos se eternizaram na máquina judicial.

   Essa eternização gera impunidade e a sensação de poder total, esmagando ex-primeiro-ministros e outros em nome e sob os valores do vil metal que abundantemente corre impune para muitas dessas pessoas.

   Os casos Camarate, Casa Pia e agora Marquês eis três exemplos claros onde interesses escusos servem para esconder com grande probabilidade interesses obscuros que beneficiaram estas famílias/círculos judiciais mafiosos e esconderam com forte probabilidade os fins ilícitos que visam alcançar.

   No caso Casa Pia os primeiros dados remontam a este tempo, era Joana Marques Vidal quem era e a provedora, Maria do Carmo Romão, também quem era. Todos sabiam que muito dinheiro passava por debaixo da mesa, não só  para adoções ilegais e outros negócios (por exemplo: lares privados de tutela judicial ou lares privados de proteção de menores em risco) a partir dos anos 80. Isto quando nessa década uma certa clique ideológica toma conta dos cargos de gestão e poder tanto da Casa Pia de Lisboa, como da Santa Casa de Misericordiosa de Lisboa, como do Ministério Público (das áreas que tutelavam menores) e dos Ministérios governamentais tutelares destas instituições em Lisboa e de todos o país. Que, abrangiam não só as adoções como a tutela de menores tendo a premissa ideológica que o privado/IPSS's geriam ou serviam para colmatar faltas do estado, quando na realidade sabemos objetivamente, que não só sempre esse serviço custou mais, como serviu sempre para alimentar com total impunidade magistrados judiciais/agentes da justiça e as suas clientelas.

   Na altura quando rebentou este caso, todos olharam para as criancinhas e os pretensos abusadores mas não viram o essencial, ou seja, que muito dinheiro corria por debaixo da mesa e que um grupo queria se banquetear com uma proverbial transformação da Casa Pia de Lisboa (uma instituição enorme com dezenas de milhões de orçamento) numa IPSS. Deste modo transformariam as migalhas deste negócio que até aqui recebiam num banquete farto e continuo. O PS minou-lhes o caminho, com Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso, vai daí, usaram a máquina mafiosa e baseada no nepotismo dos seus cúmplices judiciais para decapitá-lo e tentar tomar conta desta instituição. Por motivos vários não conseguem, sendo talvez o principal a reorganização de uma instituição profundamente falida em valores, pois não se pode abrir uma caixa de pandora e depois não esperar que de lá não saia o Diabo, o que é certo é que, desapareceram do Ministério da Segurança Social (quem tutelava a Casa Pia de Lisboa), todos os documentos desse processo de tentativa de entrega e/ou concessão a privados. Quando desaparecem documentos, tal como do caso dos Submarinos, serve a quem esse desaparecimento?

   Mas uma família judicial sempre esteve no meio de tudo, de seu nome: Marques Vidal

  Nome esse que mais tarde aparece envolvida profundamente na perseguição a outro primeiro-ministro, também do PS!?!?! Começa pelo Irmão da atual PGR, passa pelo o seu Pai e acaba nesta PGR!?!?! Se não tivéssemos numa de impunidade total destes, os seguintes teriam pedido escusa do processo, como eles sabem que nunca seriam punidos por estas pequenas coincidências a vergonha nem lhes subiu à cara?!?!?

   E temos então o quê, apenas coincidências?

  Essas são as pistas que vos deixo e que ando a pregar há anos, no deserto. O problema desta gente, seja de que família/círculo for, é que é ou era protegida politicamente e financeiramente ao mais alto nível pelo PPD/PSD, o CDS-PP, o BPN e o BCP (estes dois últimos já sem nenhum poder/proteção de facto, tendo este apoio sido transferido para outros grupos económicos, financeiros e mediáticos) com quem sempre tiveram cumplicidades, que os levaram a fazer vista grossa a inúmeros casos que acabaram escandalosamente arquivados. Maneira que acharam para separar quem protegem ou por estes é protegido de quem visam perseguir. Sendo o mais mediático politicamente o caso dos Submarinos, mas o mais importante o caso BPN, ou seja, a capoeira por onde passavam muitos dos ovos do resultado destes conluios, o caso BES é de meninos comparando ao dinheiro descontrolado que era lavado em Cabo Verde pelo BPN!?!?!

   No mínimo esta senhora já deveria estar suspensa e o governo já teria que estar a tratar da sua substituição, só não o está porque a impunidade é o que a protege e a falta de responsabilidade e o facto de ser intocável o que a leva a não ter vergonha na cara.

   Não há dúvidas que sabia, se não atuou ou foi incompetente ou beneficiou. Como não compro teorias conspiratórias de incompetência quando os casos são assinalados, denunciados e silenciados como foi este caso, só me resta acreditar na outra opção, por isso como é que eu ou você: Pode adotar este silêncio?

1 comentário:

  1. Penso que neste momento tudo aoonta que as malas estão feitas...que novo PGR deve estar ja na órbita de AC e que irá haver uma reviravolta na justiça em portugal...assim espero.

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