sexta-feira, 30 de outubro de 2015

‘Chumbar’ O Governo PSD/CDS no 10 de Outubro

 













  Insistir em dar posse a um governo que não tem maioria parlamentar ou pressionar o PS a apoiá-lo de modo a subverter a decisão do povo português em 04 de Outubro que claramente deu a entender (pelo voto) não querer mais um governo Passos/Portas é um ato de um líder de facção e não de um presidente que respeite o próprio jogo da “democracia” de que se diz apanágio.
    É claro que esta nova realidade na conjuntura política nacional se deve a que o jogo institucional a que o país estava habituado a observar (PS a viabilizar com abstenção governos do PSD e governos do PSD a viabilizar governos do PS) está, pelo menos, interrompida e, talvez, por um largo período. Mérito da resistência de massas dos trabalhadores portugueses durante os anos ‘quentes’ de 2011 (geração à rasca) e 2102 (15 de outubro) bem como dos ventos que sopram por essa Europa fora, em particular, na Grécia. Costa olhou para a Grécia e concluiu que se atrevesse a viabilizar um governo PSD/CDS poder-lhe-ia acontecer o mesmo que ao seu congénere grego (o PASOK) que se tornou irrelevante na situação política grega. Esta é a razão profunda porque o PS quer fazer um “governo de esquerda”. Sabemos por experiência própria e histórica que nenhum governo PS será alguma vez um governo de esquerda, mas é evidente que nas actuais circunstâncias, seja por que razão seja, o facto de haver uma maioria parlamentar (PS/BE/PC) na actual composição da AR, lhe permite ambicionar a ser governo. Cavaco tem mais do que a obrigação de dar posse ao governo de acordo entre estes 3 partidos, PS/BE/PC. 
   Nós não o consideraremos um governo de esquerda porque será sempre um governo de austeridade e de respeito (como garante Costa) pelos acordos e instituições europeias (Euro e EU) mas que tem o direito de formar governo, ninguém o pode negar. Lutaremos junto do povo português para que apeemos rápido do poder o governo ilegítimo do PSD/CDS e que tome posse o governo PS com o apoio e/ou integração do BE e do PCP. Naturalmente que não será o nosso governo e que desde já nos demarcamos pelas cedências já efectuadas pelo BE e pelo PC de modo a viabilizarem o próximo governo PS. Tudo o que o PS der numa mão será retirado em outra e assim a austeridade prosseguirá o seu caminho, agora pela batuta de uma contra natura aliança do BE e do PC com o PS que ainda poucos dias antes da votação de 04 de Outubro garantiam ambos que eram (PS e PSD) ‘farinha do mesmo saco’. Conceito que já esqueceram. De qualquer forma Cavaco não tem o direito de sequer manter o governo PSD/CDS em funções de gestão e empenhar-nos-emos, nas ruas, se for necessário, para travar esse eventual governo de gestão. Pouco depois logo confrontaremos o novo (e eventual futuro) governo PS/BE/PC.