A voz aguda dos grossos candidatos
Cândido Ferreira, candidato às Presidenciais, está
ressabiado. A escassez de protagonismo começou a revelar o pior que existe na
sua personagem politica. A corrida a Belém, torno-o capaz de atingir os adversários,
nomeadamente Sampaio da Nóvoa, com afirmações sustentadas em demagogia e
populismo barato. Tudo vale a pena para Ferreira.
Não coloco a moralidade do senhor em causa, desconheço o seu
curriculum e o seu passado, mas tornar o jogo eleitoral mais importante que a
ética e o debate de ideias é o pior exemplo que poderia dar para convencer
alguém a lhe dar confiança no rumo a Belém. Para Cândido vale tudo, os fins
justificam os meios, e as suas afirmações, quanto a Sampaio da Nóvoa, garantiram
o protagonismo que tanto almejava, apesar de ter saído machucado na imagem.
Se o candidato julgou que tinha moralidade suficiente, com
as afirmações que teve, apenas mostrou que perdeu toda a ética e relevância que
um candidato poderia ter. Cândida não passa de um jogador nestas eleições, que
usa argumentos sujos para conseguir votos, mesmo que saiba que a sua falta de
firmeza só o torna patético. Limitou-se a por em causa os registos do ex.
Reitor da Universidade de Lisboa. Limitou-se a criar burburinho estúpido e
sujar a imagem de um homem que tem trabalho feito.
A este assunto, em que as questões morais políticas faltam,
nada poderia ser de pior que um pasquim tomar de “assalto” as afirmações de Cândido
Ferreira, e lançar a suspeição na base de “fontes” tão fidedignas quanto um
carro pegar à primeira depois de 6 anos parado. O Correio da Manhã, que
representa a existência do pior jornalismo e falta de ética, apressou-se a ir
ao “arco-da-velha” retirar valor de verdade às afirmações de Cândido Ferreira,
e trazer a lume o tipo de acusações mesquinhas que faz aos seus visados.
Na verdade, a disputa
eleitoral perdeu o interesse. Os argumentos são esgrimidos de forma falaciosa e
ofensiva. Os candidatos sobrevivem no ataque pessoal, mantendo-se à tona com expressões
infelizes. Exemplo de Cândido Ferreira, exemplo de Jorge Sequeira e a forma que
se expressou sobre Marisa.
Para além das semelhanças que esta campanha tem com as
autárquicas, os candidatos mais fracos têm comportamentos tristes, até mesmo
Maria de Belém. Isto deixa o jogo aberto entre Marcelo e Sampaio da Nóvoa, que
me parecem ser os mais fortes a uma segunda volta. Se assim for, que seja
Sampaio da Nóvoa.
Quanto aos restantes, Marisa Matias parece-me ser a que
melhor desempenho produziu. Os restantes, lamentavelmente, só serviram para preencher
vagas e discursos frágeis. Trouxeram para as presidências a demagogia e o
populismo. Nada mais pode ter que os seus cinco minutos de fama, o resto é
esquecimento.