quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

O fim da União Europeia?

  





 Nos últimos anos a União Europeia tem andado por caminhos que muito dificilmente a salvarão da extinção. Austeridade, recessão, descriminação, quebra do poder de compra, desemprego, casas de família penhoradas, salvação de bancos, empobrecimento do povo, desrespeito pelos direitos humanos, maior dependência externa e tudo o mais que a Troika, mesmo sem autoridade legal, tem conseguido acabarão por tornar impossível a manutenção dentro desta (des)união europeia.
   A Grécia tentou quebrar o ciclo vicioso e em vez de ajudada acabou mais dependente, recessiva e pobre. Sem crescimento é impossível cumprir compromissos. Com a austeridade receitada pela Troika é impossível haver crescimento sustentado, sendo que o único fruto é a maior dependência externa, não resolvendo os problemas da dívida, do desemprego ou da recessão. Quantos mais resgates deseja a Troika? Assim, a Grécia foi castigada e o tiro saiu pela culatra uma vez que com menos dinheiro, as prioridades deixaram de ser, por exemplo, o controlo das fronteiras, contribuindo para um maior descontentamento dos cidadãos europeus, fruto da mensagem passada pela comunicação social ao serviço do poder corporativo europeu, com o incessante êxodo de refugiados, também ele fruto dos poderes corporativos mundiais.
   Em Portugal, a mesma receita da Troika, o mesmo estrago. Será que a Comissão europeia é incompetente… ou atua dolosamente? Deseja maior dependência externa, extinção da classe média, redução do consumo, a emigração em massa de jovens qualificados, a exploração da classe trabalhadora de menores recursos e o desaparecimento da nossa autonomia? Agora que a esperança renasce, agora que os estragos da Troika começam a ser minimizados, agora que parece existir alternativa, teremos de aceitar a vinda dos mesmos incompetentes que colocaram, com a ajuda da nossa “direita” no poder, o nosso país numa situação pior que aquela em que estávamos. Aumentaram a dívida, reduziram a população portuguesa tornando-a ainda uma das mais envelhecidas e com menor taxa de natalidade do mundo, aumentaram o desemprego, insistiram na austeridade, aumentaram as desigualdades, aumentaram as falências e os penhores, retiraram o acesso aos cuidados de saúde das classes mais desfavorecidas, quase que substituíram a escola pública pela privada e desviaram o dinheiro das pessoas para os bancos. Grande obra! Teremos de colocar em questão a nossa continuidade na União europeia? Teremos de levantar novamente barreiras alfandegárias aos produtos estrangeiros importados?
     Mas… a Europa não aprende… vemos países “evoluídos” a assaltarem refugiados que fogem da guerra, vemos governantes que nada aprenderam com a 2.ª grande guerra, vemos incompetentes, ou sádicos, que ainda acreditam nas receitas da Troika, vemos que as “saídas limpas” são apenas fruto da nossa imaginação, vemos que a mentira tem sido a arma de assalto ao poder, vemos que a comunicação social de maior audiência é o antro da divulgação dos interesses corporativos, vemos que a Troika, o FMI ou a Comissão europeia se pode “enganar” nas contas… e vemos que… têm dúvidas nas contas das efectivas alternativas. Alguém, de bom senso, pode acreditar nestas gentes?

    Esta gentalha não viu o que aconteceu na Grécia. Esta gentalha não vê o que acontece em Portugal. Esta gentalha não percebe que o mesmo poderá acontecer em Espanha. Esta gentalha não vê que já não respeita as constituições e os tratados, nacionais, europeus e mundiais, em matéria de direitos humanos. Esta gentalha não percebe que está a destruir a União europeia. Haja alguém que veja por ela…