sábado, 9 de fevereiro de 2019

Fascismo não é democracia












 Todo o bom fascista sabe que precisa da democracia para atingir o poder. Mas em nenhum momento a sua participação na  democracia transformam um fascista em democrata, ou adepto da liberdade de expressão. Fazer acreditar o comum cidadão que oferecer tempo de antena a uma figura de índole fascista é liberdade de expressão, é a demonstração de ignorância sobre o que é um fascista e quais os seus objectivo políticos. Dar visibilidade ao fascista não é ser democrata, da mesma maneira que lhes dar espaço não é liberdade de expressão.

 O facto do PNR concorrer em eleições democráticas, porque a liberdade de actividade politica o permite ir a votos, não torna o mesmo num partido democrático, muito menos um albergue de gente intelectualmente disposta a aceitar a democracia. Apesar do pensamento ideológico ser reconhecidamente de extrema direita, o partido em termos organizativo descreve como patriota, o que não é crime. Crime é as afirmações feitas por os dirigentes que apontam inimigos pela cor, etnia ou país de origem, mas sempre protegidas pela liberdade de expressão.

A liberdade que o PNR tem para participar em actos eleitorais é a mesma que vai ao desencontro do seu programa político. Programa que no sufrágio eleitoral tem umas centenas pouco expressivas de eleitores. Facto é que o PNR concorrer em eleições democráticas não o faz, nem de perto nem de longe, um partido político com ambições democráticas. Apenas sabe que única maneira de impor um programa só pode ser através de sufrágio eleitoral, e por esse motivo usa as bandeiras da democracia e das liberdades cívicas para poder contribuir para o seu fim.

Quando o fascismo é atacado e "espancada a arte" do saudosismo da velha ditadura, os seus apoiantes escudam-se sempre na liberdade de expressão para manter a mensagem política de enaltecimento da ditadura. Gostar de Salazar é um direito, enaltecer um ditador é uma ilegalidade. A liberdade é um direito conquistado pela democracia, mas o discurso de salva à ditadura é condenado constitucionalmente, e não é liberdade.

 Quer os saudosos de bolso, quer aqueles que mergulham no ódio dos grupos das redes sociais, onde se escondem para destilar veneno,  são amantes de regimes fascistas  e por isso devem ser combatidos, denunciados e atacados (não fisicamente) do mesmo jeito que o fazem,  isolando os seus preconceitos e ódio latente dentro da sua cápsula de  ignorância. Gostar de Salazar e do que representou politicamente, expressando livremente os (de)feitos do mesmo durante a sua governação, não é liberdade de expressão. Não pode existir liberdade de expressão a quem acha que o direito de cada um em decidir o futuro e o espaço das suas convicções ideológicas deva ser posto em causa, muito menos se pode aceitar o combate aos direitos individuais de quem, em democracia, lutou para poder os usufruir em pleno direito a sua liberdade. Porque a liberdade de expressão faz parte de um espaço em que o respeito pela diversidade política e ideológica deve ser respeitada, e saudosismo fascista não fazem parte

O fascista não é democrata, não merece tempo de antena para apresentar a sua mensagem, muito  menos ver respeitada a sua linha política. Fascismo deve ser combatido como doença. Ou se usam os antibióticos políticos correctos, ou isolasse o transportador. Mas nunca deixar que a doença se espalhe como cancro. 

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