terça-feira, 17 de novembro de 2015

Pequena ou grande TAP?

   


  Basta um ligeiro olhar para entender que esta empresa se trata de uma grande empresa estratégica para o País, com 13000 postos de trabalho, e uma boa parte de outros tantos, indirectos. Também se sabe que o seu crescimento é mais de 10% ao ano, mesmo com grandes, e variados, investimentos que justificam o chamado buraco estrutural, facilmente ultrapassado caso existisse vontade politica, e boa gestão.
  Nestes últimos 40 anos os governos revezam-se entre governos, que  escavam sempre um novo buraco para quem vier atrás que feche a porta, ou seja, que o tape. Há muito que nos habituamos a esta politica de terra queimada entre PS/PSD/CDS, onde no final é sempre o contribuinte que paga, mesmo assim e de modo inexplicado, continuam a receber a confiança dos eleitores, de eleição para eleição.
Este conjunto de golpes baixos de quatro décadas, tomaram uma nova amplitude nos últimos tempos, como o caso escandaloso da venda do Grupo TAP, por um governo deposto "ilegítimo", que não representa a maioria dos Portugueses, nem a democracia, mesmo com a desculpa de ser uma caso imperativo e de urgência inadiável, devido a actual situação da empresa "que nem tem dinheiro para salários nem combustível", não fosse esta uma hipótese facilmente desmentida, por vários factos, como o fim do leasing de uma frota de aeronaves comprada o ano passado que vai permitir entrada de um grande volume de capital já este ano, para alem de novas rotas adquiridas recentemente que demonstram um crescimento sustentável do Grupo TAP para os próximos anos.
Uma rasteira bem calculada, em tom de vingança, dirigida ao possível governo PS e que lhe dificulta a legislatura logo a partida, não só por as promessas de reverter este negocio, mas com outro ponto pouco visível para a maioria dos Portugueses, a TAP representar cerca de 20% do PIB nas exportações, com a sua privatização obriga em parte a sociedade a ter de ser mais produtiva e a ter de trabalhar mais para ter o mesmo nível de vida que tem hoje. 
  Também o molde em que esta privatização foi negociada, opaco mas que roça o escandaloso com o pouco que se conhece, adivinhando-se que esta venda corre o risco de ser revertida e a resposta deste governo em dar garantias contrarias, sob a penalização do estado caso isso venha a acontecer, remetendo mais uma vez os interesses nacionais para 2.º plano e possivelmente a falta de garantia contratual da manutenção dos 13000 postos de trabalho.
Em ajuda a esta privatização vieram a correr os jornais, apelando ao perigo de se reverter este negocio e o que isso implicaria de prejuízos para o estado, mas nem uma linha caso esta privatização se venha a revelar ilegal ou um prejuízo para os contribuintes e quem deve ser responsabilizado nesse caso, quer a nível civil quer a nível criminal, acrescido que todos os intervenientes que a autorizaram sabiam a partida que esta acção é contraria a maioria do Parlamento.
   Mais uma vez se torna evidente toda a estratégia comum nas varias privatizações, que deliberadamente se deixa cair uma empresa assegurando todas as potencialidades, para crescer em flecha depois da privatização, perdendo-se logo a partida a qualidade de um serviço visando unicamente os lucros para privados.