quarta-feira, 25 de maio de 2016

O amarelo da vergonha

  

  Em primeiro lugar deve existir um esclarecimento breve, não existe  liberdade de escolha, por parte dos pais, quanto ao colégio que o filho vai frequentar , é de decisão do Estado, através dos contratos de Associação, quais os colégios que entram no leque de oferta publica. Ou seja, quem escolheu aqueles colégios, temporariamente, foi o Ministério da Educação e não os pais. Liberdade sempre existe, publico e privado, quem possui possibilidades pode escolher o privado, quem não possui, tem a oferta do publico.
   Nesta senda vergonhosa que tem sido as manifestações e exigências dos colégios, pais e alunos sobre os contratos de associação cabe dizer que o Estado, através do Ministério da Educação, tomou uma decisão que já deveria ter tomado, não abrir novas turmas nos colégios onde existe oferta publica próxima. Tudo o resto é chinfrim e desorientação. 
  Uma direita partidária ausente de vergonha das práticas que levou a cabo durante os últimos quatro anos, promovendo a  destruição do Ensino Publico, apela que o governo considere os despedimentos nos Colégios com contratos associação. A mesma direita que não quis escutar os 25 mil professores que lançou no desemprego, oferecendo-lhes a emigração como solução milagreira.  
   No meio desta mixórdia, chinfrineira e pouca vergonha de quem pretende viver com financiamento do Estado, sobra a falta de esclarecimento produzida por os órgãos de comunicação social que teimam em não informar adequadamente, pretendendo alterar o pensamento colectivo . Mais que natural, órgãos que já provocaram colapsos bancários, que tomam partido ideológico, renegando o código de conduta deontológica e outros mantêm a linha de mau jornalismo, na forma natural que sempre possuíram.  
  O Ministério da Educação faz cumprir a lei. Decidiu não autorizar novos contratos de associação em escolas de ensino privado e cooperativo se nos locais exista oferta publica. Nada mais lógico. O Estado tem obrigação de oferecer gratuitamente os doze anos de ensino obrigatório em estabelecimentos públicos. A oferta privada é de livre escolha das famílias,desde que sejam essas familiar a cobrir as despesas da mensalidade e não o Estado.
   No período que seguiu o 25 de Abril, a falta de infraestruturas em algumas regiões levou com que o Estado procedesse a contratos com colégios privados com o fim de oferecer naqueles locais ensino gratuito. Esses contratos teriam o objectivo de ser temporários até a rede publica absorver a área. No entanto, os sucessivos governos que sucederam o período pós 25 de Abril mantiveram esses contratos, mesmo quando procederam à construção da oferta publica. Isso apenas manteve a ideia de que os contratos seriam eternos. Através destes contratos, a iniciativa privada vivia debaixo da sombra dos Orçamentos de Estado.
   José Sócrates, numa tentativa de reduzir os custos na Educação, procedeu à redução do financiamento por turma nos contratos de associação. Rapidamente, pais, responsáveis e alunos dos colégios privados criaram um movimento denominado S.O.S, apoiado por a comunicação social e Cavaco Silva, que através de manifestações como as de hoje, tentou travar a redução de financiamento, alegando o principio da liberdade de escolha dos pais. O ultimo governo, PSD/CDS, não só manteve os contratos, como bonificou as turmas com mais financiamento, enquanto isso, destruía a escola publica. 
   Para revitalizar o ensino publico, que durante quatro anos foi totalmente aniquilado, o Ministro da Educação decidiu rever a rede escolar, onde 59 colégios que possuem contratos de associação, estão em áreas onde já existe oferta publica. Para que o bom senso pondere, e exista redução de custos, o Ministério informou esses colégios que não financiará a abertura de novas turmas, mas cumprirá os contratos já existentes. Desde esse dia que os colégios têm se comportado como lesados, e feito de tudo, com o apoio essencialmente do grupo Impresa.
   O que está em causa não é o ensino. Pais que realmente se preocupem com o conhecimento e a aprendizagem dos filhos apenas têm em mente a qualidade que possa existir no publico, que sem sombra de duvidas está e melhor posição de garantir a melhor qualidade de ensino. O que pode estar em causa é um conjunto de situações sociais que abrem a porta a outra discussão. Preconceito, Status social e fait divers são, talvez, os motivos mais óbvios para tanta consternação.
   Resta ao Ministério tomar a decisão certa, oferecendo a melhor qualidade de Ensino, que foi sempre uma chancela das escolas publicas, mantendo a liberdade de escolha de quem pode pagar.
  O Ministério deve-se preocupar com as crianças e não com os interesses instalados de quem quer viver à sombra do Estado, e de quem detesta chamar escola ao estabelecimento de ensino do filho. 


1 comentário:

  1. O que mais me preocupa é constatar que há pais que permitem que os pulhas façam dos seus filhos uma arma de guerra.
    O que me preocupa é constatar que há crianças que, antes de serem vítimas de abusos dentro de colégios particulares, designadamente, de freiras e padres, os mais interessados nos contratos de associação, são vítimas dos seus próprios pais, que colocam a vida dos seus filhos nas mãos de criminosos e há vários exemplos disso.
    Por outro lado, temos pela 1ª vez a presença numa manifestação de gente que infligiu o maior aumento da carga fiscal, gente responsável pela fome e pela falta de medicamentos que levou à morte crianças e idosos, gente responsável pelo exílio de milhares de concidadãos, gente responsável pelo desemprego e por suicídios, enfim pela pobreza e miséria e que agora argumentam, imagine-se com a falta de liberdade de escolha.
    Falta saber se algum dos envolvidos neste processo, fazem parte daqueles criminosos que torturam até à morte, os cães uq andam em Fátima.
    Vamos estar todos atentos à reacção das forças policiais na tal manifestação.

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